Resumo: Para além da especialização do advogado empreendedor, há também a questão social atrelada ao exercício da advocacia, que pode representar uma nova área de atuação, como ter como público alvo grupos que representam minorias sociais.
Como sabemos, o Power Niche é um termo direcionado a escritórios criados para atuar em um nicho hiperespecializado de um determinado segmento do mercado em que o cliente atua. Nele, o advogado atua em segmento específico, traçando estratégias como projetos, produtos e serviços para cada variação desse segmento, podendo tornar-se referência para seus presentes e futuros clientes. Diferencia-se, portanto, dos escritórios denominados generalistas.
Constituem exemplos de nichos especializados: direito médico, indústria farmacêutica (convencional e de genéricos), laboratórios (de análise clínica e de imagens), fornecedores de equipamentos médicos (importação e exportação), planos de saúde etc.
Esse tipo de escritório tem crescido muito no país e cada vez mais explorado, podendo ser uma ótima estratégia a ser adotada na advocacia.
Para além dos power niches, há uma outra modalidade de especialização no exercício na advocacia, que pode estar atrelada ou não a um segmento específico da área jurídica e que, devido às crescentes demandas sociais, vêm ganhando adeptos por parte dos advogados empreendedores.
Trata-se da advocacia focada em grupos específicos da sociedade, considerados como minorias, buscando no mercado serviços prestados por profissionais comprometidos com questões sociais latentes e que requerem um olhar apurado por parte do advogado.
Desses segmentos, os mais expressivos atualmente são aqueles voltados para as questões ligadas à identidade de gênero, à orientação sexual e às raciais, principalmente devido ao aumento de ocorrências de atos ilícitos perpetrados contra os grupos envolvidos.
Assim, a violência praticada contra mulheres, seja ela moral ou física, repercutindo nas esferas cível e penal, e a necessidade de um tratamento mais sensível para a questão das mulheres, fez com que advogados se especializassem nessas demandas tendo como público alvo somente mulheres. Na mesma ordem se encontram as demandas jurídicas que envolvem grupos LGBTQ+ e questões envolvendo direitos homoafetivos e questões raciais, com advogados voltados exclusivamente a prestação de serviços ao público negro.
Há ainda clientes de tais grupos que considera como requisito primordial que o profissional da advocacia não só os represente em juízo como ele mesmo seja representante do grupo social do qual o cliente faça parte.
Assim, clientes mulheres procuram advogadas, bem como o público LGBTQ+ procura a representação de profissionais que façam parte desse grupo, e a comunidade negra se volta para os profissionais que também sejam negros.
Tais escolhas, obviamente, além de estarem intrinsecamente ligadas a fatores políticos-ideológicos, estão incluídas a legitimidade, a sensibilidade e a confiança que tais profissionais passam para seus clientes. Trata-se, portanto, de uma relação mais estreita e mais humana entre o advogado-cliente, apontando para uma tendência no mercado que veio para ficar.
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